domingo, 22 de abril de 2018

PRIMEIROS HABITANTES DE CALDEIRÃO GRANDE E SUA FÉ



Por Tiago de Assis Batista

Lendo o resumo histórico de Caldeirão Grande, encontramos os nomes de seus primeiros habitantes, os quais são vistos também na luta pela sua emancipação política, pelo desenvolvimento econômico e ordenamento político-social. Todos já passaram, restando-nos a lembrança, a saudade, o reconhecimento e a gratidão. Mas estão presentes com o nome de suas famílias - BEZERRA, GUIRRA, GAMA, SANTANA, BRASILEIRO, CORREIA e outras – continuando e fazendo a história.

Mas quero destacar aqui um fator importante. Foram essas famílias que trouxeram e implantaram aqui a Fé Cristã e os bons costumes nela inspirados; foram elas as formadoras do caráter e da religiosidade de nossa gente. De qualquer ângulo que se contemple a vista panorâmica de cidade de Caldeirão Grande, destaca-se imponente a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fazendo-nos lembrar aqueles versos do canto: “Deus vos salve casa santa, onde Deus fez a morada, onde mora o cálice bento e a hóstia consagrada”!
Igreja de N.S. do Perpétuo Socorro
ainda em construção (1930-1948)
De início, os moradores construíram uma pequena capela onde praticavam os atos religiosos. Depois, surge a necessidade de um espaço maior para abrigar o povo devoto em suas práticas religiosas. Unido à comunidade, o senhor Pedro Dias Bezerra (Seu Piroca), doa o terreno e lidera a construção do atual templo religioso. É construída uma igreja com a comunidade atual, para ela e para as gerações vindouras. As famílias Bezerra, Guirra, Gama, Santana, Brasileiro, Correia e outras têm o seu suor na argamassa que une cada pedra, cada bloco, cada tijolo da construção, assim como cada membro dessas famílias são um tijolinho na edificação do município de Caldeirão Grande. Essa realidade jamais poderá ser esquecida.

Nos livros da paróquia, em cujo território Caldeirão Grande está localizada, também nos livros da Diocese de Bonfim, estão registrados o termo de batismo, casamento e crisma dos membros dessas famílias. Nessa igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, essas famílias casaram-se, batizaram e crismaram seus filhos; nela assistiram missas, receberam a primeira comunhão, foram catequizadas e evangelizadas; nesse santuário, participaram de novenas, tríduos, Mês de Maio, via-sacra, desobrigas e santas missões.

Com o passar do tempo, as ideias mais diversas vão surgindo, o jeito de pensar e agir vão se modificando, novos usos e costumes vão sendo introduzidos na sociedade, afetando também a Fé e a religiosidade. Novas denominações religiosas foram aparecendo; pessoas com dúvidas ou decepcionadas encontraram acolhimento em alguma outra denominação religiosa e por lá estão, mas seus nomes estão escritos nos livros da paróquia e da diocese. Qualquer dia que sintam saudade, podem voltar porque está voltando para sua casa de origem; não precisa dar satisfação a ninguém, entrem na igreja, fiquem à vontade participando de tudo, porque estão em sua casa.

Como o Brasil, Caldeirão Grande nasceu trazendo no seu gene, a Fé cristã, mantida e transmitida pela Igreja Católica Apostólica Romana. As famílias que deram origem a Caldeirão Grande eram autenticamente católicas e deixaram seu testemunho. Por isso, somos-lhes gratos e fazemos questão de render-lhe esta homenagem enquanto deixamos aqui o nosso registro.

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