segunda-feira, 30 de abril de 2018

CALDEIRÃO GRANDE REVIVENDO O PASSADO, COMEMORANDO O PRESENTE

Igreja de N. S. do Perpétuo Socorro - Caldeirão Grande-BA

Dia 27 de abril de 2018, enquanto na Praça Edgar Pereira a multidão pulava e dançava na mais intensa animação e alegria, ainda comemorando o aniversário da cidade, eu, na sacada da casa 378, na Rua da Matriz, contemplava a igreja lá no começo da rua e relembrava os primórdios da cidade e o zelo pela religião e educação de seus primeiros habitantes. Folheei o livro MEMÓRIAS da professora Marinalva Bezerra Santana e estava lá:


“Muito religioso, a exemplo de seus pais, o senhor Pedro Dias Bezerra (seu Piroca) transmitiu a verdadeira fé cristã e os bons ensinamentos não somente a seus filhos, mas a todos do seu convívio. Desde os tempos primordiais, encarregava-se da vinda de padres, missionários, hospedando-os por muito tempo, pois sua preocupação era uma vida cristã para todos com a participação dos Sacramentos da Igreja. Desse modo, o acontecimento mais importante para ele, naquela época, foi a realização da primeira Santa Missão em Caldeirão Grande, em setembro de 1943. Sendo a segunda realizada no ano de 1950.
Senhor Pedro Dias Bezerra (Seu Piroca) e sua esposa D. Ermelina com os filhos

Além da catequese, a educação também foi o seu constante compromisso, trazendo professores leigos para o ensinamento da leitura usando a carta do ABC, Cartilha do Povo e o Paleógrafo.

Alguns professores são lembrados e entre outros nomes, podemos citar:

• Alice
• Cecília
• Clarice
• Izabel
• Manoel Modesto, primeiro professor leigo da localidade vindo da cidade de Saúde;
• Maricas
• Stela.

Também atuou como professora leiga Diva, filha de Seu Dió, que reside em Ponto Novo-BA.

Em 1950, suas filhas, Alaíde e Maria da Glória, formaram-se em Magistério no Colégio das Sacramentinas de Senhor do Bonfim. Era um dos seus sonhos ver ‘um Caldeirão, grande, com escolas, comércio, boas casas, escola que dê formatura... Pois cá, já estudam as meninas’. Assim as chamava carinhosamente. Começaram a lecionar, transmitindo seus conhecimentos, através da escrita e da leitura, como também trabalhando a arte (teatro e música), a poesia, a religião, as festas e comemorações tradicionais, contribuindo assim, efetivamente com a cultura caldeirãograndense.
As irmãs Ana Josefa, Professoras Alaíde e Maria da Glória

Profª. Maria da Glória (Glorinha ou Gu), quando menina, gostava de recitar poesias e seus discursos eram muito apiaudidos. Ela tem a gratidão e o carinho de seus alunos daquela época em Caldeirão Grande, como Glória Gama, Gaminha, Tilinho, Aurinha, Zelinho, Florionice, Jildete e outras”MEMÓRIAS/Marinalva Bezerra Santana

"A ação missionária... ficou marcada em Caldeirão Grande, na evangelização, na distribuição dos sacramentos, na celebração de missas, nas Santas Missões e no apoio à construção da Igreja Matriz. Até os dias atuais, Caldeirão Grande  pertence à Paróquia de Nossa Senhora da Saúde. Convém ressaltar a memória dos franciscanos: Frei Félix Bolte, Frei Herculano, Frei Guilherme e outros, pelo valoroso trabalho realizado no município de Caldeirão Grande. Da década de 70 para cá, passaram por essa Paróquia  Dom Antônio de Mendonça Monteiro, então bispo da diocese, e os seguintes sacerdotes: Pe. Paulo Batista Machado, Pe. Tiago Assis Batista, Pe. Orestes Heinen , Pe. Edmundo O. Rourke, Pe. Tonino, Pe. Miguel, Pe. Tomé e Pe. Charles, Pe. João Eleutério da Silva Filho, o atual". MEMÓRIAS/Marinalva Bezerra Santana

Tendo oportunidade de comparecer a alguns eventos escolares durante o período de preparação à festa do aniversário da emancipação política do município, pude constatar o amor que os caldeirãograndenses têm pela sua terra e como zelam pelas suas memórias; como cultivam as artes, o folclore as tradições. Os antepassados iniciaram uma história e essa vem sedo revivida e continuada.

O sentimento religioso ainda está vivo na vida das pessoas, mas nota-se que a prática litúrgica está precisando de um incentivo; está faltando lideranças e um pouco mais daquele entusiasmo do senhor Piroca e de quantos o cercavam para uma reanimação na participação nos atos religiosos. O povo tem a mente e o coração aberto, faltam o espírito missionário e a dedicação de todos nós que recebemos aquele legado da fé de nossos predecessores.

Feliz do povo que sabe relembrar o seu passado, viver o seu presente e construir o seu futuro! Parabéns, Caldeirão Grande, cidade querida!

domingo, 29 de abril de 2018

Caldeirão Grande relembrando pessoas III


MANOEL ENEDINO GAMA

Manoel Enedino Gama, filho de João Gama e de Maria Moura Gama, casou-se com Olímpia Correia Gama, tiveram quatro filhos: João Gama Neto, José Gama Correia, José Milton Correia e Jucileide Correia Gama. Exerceu atividades agrícolas, pecuária, comércio e foi grande produtor de sisal; dedicou-se à política sendo vereador pelo município de Saúde, destacando-se pela luta em prol da libertação do município de Caldeirão Grande, fazendo parte da Comissão de Frente do Movimento Emancipativo dessa terra. Foi vereador, pela segunda vez, para o Legislativo Municipal de Caldeirão Grande, e eleito  quarto prefeito desse município no período de 1973 a 1976.
São consideradas como principais realizações do seu governo o início das obras do Hospital Municipal João Durval Carneiro, a criação da Biblioteca Municipal Jorge Amado, a colocação dos nomes das ruas da cidade, entre outras realizações, como a continuidade das Obras de urbanização, melhoramento das casas da antiga Rua da Areia.
O seu filho, João Gama Neto (Netinho), enaltece a memória e compromisso do seu pai como prefeito de Caldeirão Grande de 2005 a 2008.

sábado, 28 de abril de 2018

Caldeirão Grande relembrando pessoas II


ALTAMIRANDA MAIA

Altamiranda Maia, natural de Campo Formoso, nasceu em junho de 1915, filho de João Batista de Souza e de Mariquinha Pereira Maia. No ano de 1930, sua família mudou-se para Caldeirão grande; estabeleceram-se na Fazenda Caldeirãozinho, região de Ponto Novo, cujas terras, compradas a Pedro Dias Bezerra (Seu Piroca), tornando-se grandes amigos.

Muito cedo, dedicou-se à agricultura, à criação de gado e comércio. Iniciou sua vida pública, tornando-se um cidadão político, experiente e de grande popularidade.

Casou-se com Dona Argemira Maia e viveram nesse município, onde nasceram seus dez filhos, desenvolveram-se e trabalharam ao lado de seus pais. Eles são: Artesino, Florilan, Nelson, Idelson, Fidelsino, Manoel Maia, Altamirando Filho, Rosanete, Elzenita e Iracema. A sua atuação e confiança junto aos municípios o tornou-o vereador em quatro gestões. Destacou-se também, pela liderança no processo de emancipação de Caldeirão Grande.

Foi eleito o segundo prefeito, atuando no período de 1967 a 1970.

Inicialmente, comprou o prédio da Prefeitura a Cândido Guirra. Preocupado com a segurança do município, ampliou a guarda, nomeando Escrivão de Policia o Sr. Ademir Ferreira e carcereiro, o Sr. Ezequiel Ferreira da Silva.

Adquiriu um carro-caçamba e trator de esteira. Entre várias realizações do seu governo, a mais importante foi conseguir iniciar a eletrificação, trazendo os fios de alta tensão, até a entrada da cidade.

Seu filho Nelson Maia, a exemplo do seu pai, sempre soube conservar a dignidade de cidadão e de homem público. Natural e residente de Ponto Novo, com a sua esposa, Floripes Maria de Azevedo Maia e filhos. Foi Juiz de Paz, durante nove anos. Em 1966, foi eleito vereador; em 1977, foi vice-prefeito e de 1983 a 1988, foi o sexto prefeito do município de Caldeirão Grande.

E com a emancipação política de Ponto Novo, foi eleito o primeiro prefeito desse município, no período de 1990 a 1993. MEMÓRIAS/Marinalva Bezerra Santana



sexta-feira, 27 de abril de 2018

Caldeirão Grande relembrando pessoas


NELSON SANTANA

E sacrifício ao teu amor diz eu não meço,
Pois nosso lema é - União, Paz e Progresso... 
(hino oficial de Caldeirão Grande).



Nelson Santana
Nelson Santana, soteropolitano, filho do professor Antonio Diogo Santana e de Matildes Umbelina Santana, residiram em Salvador, a seguir sua família mudou-se para a cidade de Saúde, terra natal de sua mãe e onde seu pai, também lecionou. Quando jovem viajou por vários estados a exemplo de São Paulo, Paraná e foi garimpeiro em Goiás.

Fixou residência em Caldeirão Grande, dedicando-se à agricultura, criação de animais e ao comércio. A Fazenda Amaralina, de sua propriedade, foi grande produtora de sisal deste município.

Casou-se com a professora Alaíde Bezerra, esposa e mãe dedicada; sua grande companheira em todos os empreendimentos e tiveram seis filhos: Nelson, Carmen, Jackson, Márcia, Marcelo e Luciana.

Destacou-se na política pela imensa popularidade como integrante da Comissão de Frente ao Movimento Emancipativo do municípiode Caldeirão Grande . Foi eleito o primeiro prefeito do município pelo PSD (Partido Social Democrático), para o período de 1963 a 1967. Deu início às obras de urbanização da cidade: 


  • Pavimentação com paralelepípedos da Rua Euzébio Bezerra na parte onde existia uma ladeira de difícil acesso; 
  • Colaborou nas obras de melhoramento da igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com a aquisição e colocação do piso do templo; 
  • Teve atuação relevante na fundação do Colégio da CNEC em nossa cidade (hoje, Colégio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro).
Na época, era difícil governar... Os Atos Institucionais permitiram apenas a permanência de dois partidos: a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro).

No dia 31 de março de 1964, oficiais e subalternos do Exército componentes de um Inquérito Militar, estiveram na região para averiguar se houve participação de autoridades locais no movimento chamado Grupo dos 11, liderado por Leonel de Moura Brizola.

Em 1966, era então governador do Estado da Bahia Lomanto Júnior. Determinada força interna, aproveitando-se da situação política contrária, e já que não havia o intermédio de agência bancária, desviava os recursos locais, dificultando a sua administração.

Novamente, ele vence nas urnas, pela confiança e prestígio político, junto ao povo, sendo reeleito como o terceiro prefeito  para o período de 1971 a 1972. (MEMÒRIAS/Marinalva Bezerra Santana).

Apesar de não mais ter se candidato a cargo político, sempre exerceu grande influência na vida política local, deixando o exemplo de homem reto e cheio de amor por Caldeirão Grande que o adotou como seu filho e  o reconhece  como um ilustre lutador e incentivador do desenvolvimento deste município.




quinta-feira, 26 de abril de 2018

Caldeirão Grande, cidade querida


"O 25 de Abril é uma glória, 
Por teu amor nós soubemos conquistar..." 

(Hino da cidade).


TAMBÉM FAÇO PARTE DESTA HISTÓRIA!

Pela Lei Estadual da criação nos municípios, n° 628, de 30 de dezembro, de 1953, o próspero povoado de Caldeirão Grande foi elevado à condição de Vila, continuando a pertencer ao município de Saúde...
...foi-se despertando o desejo de libertação; a emancipação de Caldeirão Grande tornou-se principal objetivo dos caldeirãograndenses, que esquecendo as divisões partidárias, uniram-se a todos na luta pelo grande ideal político.

Como primeiro passo formou-se uma comissão de frente ao movimento, os quais se destacaram em liderança, coragem, apoio e perseverança:

Ademir Ferreira
Altamiranda Maia
Joaquin Gama
José Carlos Dias Bezerra
José Eustáquio Resende
José Francisco Oliveira
José Pires
Manoel Enedino Gama
Nelson Santana
Pedro Bezerra Filho
Quintino Matos
Quintino Pereira, entre outros.

Da direita para esquerda:
Os ex-prefeitos: Emanoel Enedino Gama, Nelson Maia e Pedro Bezerra Filho.
Seguindo os Srs. Ademir de Freitas e Valentino Andrade.
Essas pessoas foram a Salvador várias vezes, à Assembleia Legislativa, viajando no caminhão de Nelson Santana, passavam pela Fazenda Limeira, para pegar Altamiranda Maia. Homens e mulheres contribuíram, para ajudar nas despesas das viagens...

Foram muitas as barreiras que tiveram de enfrentar, pois as lideranças saudenses, tudo fizeram para impedir o movimento em prol da libertação desse Município, que já possuía condições próprias e autonomia para emancipar-se.

A Criação da Emenda do Deputado João Carlos Tourinho, deu direitos legais à emancipação, razão pela qual, em sua homenagem, foi dado o nome do deputado a uma Rua de Caldeirão Grande. No ano de 1961, vencendo grandes pressões políticas, realizou-se o plebiscito entre os habitantes de Caldeirão Grande, obtendo resultados unânimes em favor da emancipação desse município.

Era então Governador do Estado, Juraci Montenegro Magalhães. Pela Lei Estadual n° 1.689, de 25 de abril de 1962, com publicação no Diário Oficial de 27 de Abril de 1962, A vila de Caldeirão grande foi elevada à condição de Cidade e criado o Município, desmembrando-se do município de Saúde.

PREITOS DE CALDEIRÃO GRANDE
Nelson Santana
Nelson Santana... destacou-se na política pela imensa popularidade como integrante da Comissão de Frente ao Movimento Emancipativo do Município. Foi eleito o primeiro prefeito de Caldeirão Grande pelo PSD (Partido Social Democrático). Exerceu o mandato de 1963 a 1967.

Altamiranda Maia
Altamiranda Maia - Foi eleito o segundo prefeito, atuando no período de 1967 a 1970.

Nelson Sanmtana - Reeleito como o terceiro prefeito no período de 1971 a 1972.

Manoel Enedino Gama


Manoel Enedino GamaEleito o quarto prefeito desse município, no período de 1973 a 1976. 

Pedro Bezerra Filho-1977 a 1982.

Nelson Maia – 1983 a 1988.

Pedro Bezerra Filho – 1989 a 1992.

Marcelo Alves Santana – 1993 a 1996.

Maria Eliane Nascimento Bezerra - 1º de janeiro a junho de 1977.

Sérgio Luiz Silva Passos –10/06/97 a 2000, sendo reeleito para o pleito de 2001 a 2004.

João Gama Neto – 2005 a 2008.
Maria Aparecida dos Santos Martins – 2009 a 2012.

João Gama Neto – 2013 a 2016.

Cândido da Guirra Pereira Filho – 2017...

(MEMÓRIAS / Marinalva Beserra Santana)

quarta-feira, 25 de abril de 2018

COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE CALDEIRÃO GRANDE - BAHIA
2018.

TAMBÉM FAÇO PARTE DESSA HISTÓRIA 

 Professores e alunos demonstraram seu amor e dedicação à terra organizando as comemorações. Vários temas foram tratados pondo em destaque os valores humanos, naturais e físicos.


COMEÇO DA HISTÓRIA

Alunos do Colégio Estadual relembrando
a história de Caldeirão Grande - BA
  
"A região, primitivamente, pertencia aos domínios das tribos indígenas Paiaiás, Paniames,  Sapoias e Sapuias, até a sua completa extinção pelos exploradores em busca de minerais preciosos". (MEMÓRIAS / Marinalva Bezerra Santana).



"O povoamento iniciou por compras de terras, desde 1895, do latifúndio denominado “Boqueirão” de propriedade do coronel Porfírio Ferreira, como extensão territorial do município de Santo Antonio de Jacobina. O extenso foral de terras foi comprado inicialmente pelas famílias: Bezerra, Alves e Correia, pelos respectivos senhores: Norberto Dias Bezerra, Manoel Alves Brasileiro e Luis Correia da Silva. Sucessivamente pela família Guirra, Antonio Zabelê, Sr. Marco, Antonio Bravo, que nelas passaram a residir e constituíram os primeiros núcleos de moradia". (MEMÓRIAS / Marinalva Bezerra Santana).

Alunos do Colégio Estadual dramatizando
o início da história de Caldeirão Grande - BA


AUTORES DA TERRA


Profª. Marinalva Bezerra Santana 
Publicações: Vida, perfil e Terra, Memórias,  Novas poesias e Unindo gerações (Cartilha do ouricuri)...


Joevam Santos Gonçalves 
Publicações: Céu colante, Saga de Antônio Braga...



João Ferreira de Matos Filho
Publicações:  Sonho, sonetos e saudades; Estações da vida...



Milton Gama
Publicações: Poema bêbado...

João Moreira dos Santos 
Publicações: Lúcia, É tempo, meus amigos; Além deste plano terreno, Crônicas e poemas paras amar e pensar...

Osman J. Brasileiro
Publicações: Juventude, o que pensa, o que diz, sem medo de ser eliz...

Eliane Nascimento  Bezerra - compositora do Hino Oficial de Caldeirão Grande, Hino da Padroeira, Caldeirão Grande, meu primeiro amor   e outros hinos enaltecendo nossa terra. 


domingo, 22 de abril de 2018

CENTRO DE EDUCAÇÃO MUNICIPAL PROFª. ALAÍDE SANTANA (CEMPAS)


O CEMPAS realizou, nos dia 19 e 20 de abril, o seu Primeiro Encontro Literário com a participação dos professores, alunos e pessoal de apoio. Alguns escritores e poetas da literatura brasileira, regional e local foram homenageados.









PRIMEIROS HABITANTES DE CALDEIRÃO GRANDE E SUA FÉ



Por Tiago de Assis Batista

Lendo o resumo histórico de Caldeirão Grande, encontramos os nomes de seus primeiros habitantes, os quais são vistos também na luta pela sua emancipação política, pelo desenvolvimento econômico e ordenamento político-social. Todos já passaram, restando-nos a lembrança, a saudade, o reconhecimento e a gratidão. Mas estão presentes com o nome de suas famílias - BEZERRA, GUIRRA, GAMA, SANTANA, BRASILEIRO, CORREIA e outras – continuando e fazendo a história.

Mas quero destacar aqui um fator importante. Foram essas famílias que trouxeram e implantaram aqui a Fé Cristã e os bons costumes nela inspirados; foram elas as formadoras do caráter e da religiosidade de nossa gente. De qualquer ângulo que se contemple a vista panorâmica de cidade de Caldeirão Grande, destaca-se imponente a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fazendo-nos lembrar aqueles versos do canto: “Deus vos salve casa santa, onde Deus fez a morada, onde mora o cálice bento e a hóstia consagrada”!
Igreja de N.S. do Perpétuo Socorro
ainda em construção (1930-1948)
De início, os moradores construíram uma pequena capela onde praticavam os atos religiosos. Depois, surge a necessidade de um espaço maior para abrigar o povo devoto em suas práticas religiosas. Unido à comunidade, o senhor Pedro Dias Bezerra (Seu Piroca), doa o terreno e lidera a construção do atual templo religioso. É construída uma igreja com a comunidade atual, para ela e para as gerações vindouras. As famílias Bezerra, Guirra, Gama, Santana, Brasileiro, Correia e outras têm o seu suor na argamassa que une cada pedra, cada bloco, cada tijolo da construção, assim como cada membro dessas famílias são um tijolinho na edificação do município de Caldeirão Grande. Essa realidade jamais poderá ser esquecida.

Nos livros da paróquia, em cujo território Caldeirão Grande está localizada, também nos livros da Diocese de Bonfim, estão registrados o termo de batismo, casamento e crisma dos membros dessas famílias. Nessa igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, essas famílias casaram-se, batizaram e crismaram seus filhos; nela assistiram missas, receberam a primeira comunhão, foram catequizadas e evangelizadas; nesse santuário, participaram de novenas, tríduos, Mês de Maio, via-sacra, desobrigas e santas missões.

Com o passar do tempo, as ideias mais diversas vão surgindo, o jeito de pensar e agir vão se modificando, novos usos e costumes vão sendo introduzidos na sociedade, afetando também a Fé e a religiosidade. Novas denominações religiosas foram aparecendo; pessoas com dúvidas ou decepcionadas encontraram acolhimento em alguma outra denominação religiosa e por lá estão, mas seus nomes estão escritos nos livros da paróquia e da diocese. Qualquer dia que sintam saudade, podem voltar porque está voltando para sua casa de origem; não precisa dar satisfação a ninguém, entrem na igreja, fiquem à vontade participando de tudo, porque estão em sua casa.

Como o Brasil, Caldeirão Grande nasceu trazendo no seu gene, a Fé cristã, mantida e transmitida pela Igreja Católica Apostólica Romana. As famílias que deram origem a Caldeirão Grande eram autenticamente católicas e deixaram seu testemunho. Por isso, somos-lhes gratos e fazemos questão de render-lhe esta homenagem enquanto deixamos aqui o nosso registro.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

MEMÓRIAS

(Em breve, na Internet na íntegra)

O LIVRO MEMÓRIAS  de Marinalva Bezerra Santana. 
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Durante alguns anos, refleti sobre o fato de que Caldeirão Grande não possui nada de escrito sobre a história do seu povo. Movida pelo incontido desejo de descobrir, de conhecer e registrar o quanto antes, relatos, informações, acontecimentos, histórias passadas de geração a geração, afim de que não viessem a perder-se no esquecimento, pois seriam sempre palavras lançadas ao vento. Assim, me comprometi a escrever, tendo a convicção de que a grande tarefa que propus realizar será compensada pela conclusão dessa pequena obra “MEMÓRIAS”, que coloco à sua disposição e de todos que amam e lutam pelo engrandecimento da nossa Caldeirão Grande.

Comecei a passar para o papel tudo o que a minha memória pode guardar... As recordações da infância, tempos de escola, as histórias também arquivadas na memória de pessoas idosas e da minha fase... Nessa jornada conversei com colegas, parentes, com amigos da sede, da zona rural, consegui alguns informativos da Diocese de Senhor do Bonfim e da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde. Fui às ruas, sentei-me nas calçadas dos moradores, vi e ouvi seus valiosos depoimentos, os fatos, os pensamentos, as opiniões e muito aprendi a respeito da nossa história.

Grande parte dos relatos foram transmitidos através dos meus avós e por Tia Bebé e Tia Zinha, de fundamental importância por tudo que me passaram e pelo que vivenciei com eles; considerando que “não chegarei a lugar algum, desconhecendo o caminho por onde passei, para saber quem sou eu.”

A história das pessoas, que geralmente denominam ruas, lugares, o jeito de viver, os costumes, as tradições, dão a identidade de nossa gente, evidentemente que a formação do cidadão se dá paralela à história da formação do município. Não existe nome de lugar que não tenha uma explicação; não existe então, povo sem história.

Esse pedaço de chão baiano, também tem a sua história. Caldeirão Grande, “Terra do licurí” dos “Caldeirões de Pedra”, devido sua situação física, climática, as intempéries, os contínuos agravos à natureza, desprovido de fontes de água, de rios ou riachos, o seu povo é castigado pelas secas e grandes estiagens, famílias sofridas pela questão do desemprego, dificuldades e outros fatores. Caldeirão Grande tem resistido, apesar da incompreensão de alguns, o nosso povo é corajoso, criativo, alegre, muito hospitaleiro e espera que os que muito já fizeram, possa fazer ainda muito mais, tudo o que ela merece que a coloque no devido patamar do cenário estadual, talvez no cenário nacional, para que seus filhos possam orgulhar-se da Terra que os viu nascer e crescer.

Sendo a pequena coletânea, objeto de estudos, estou certa de que novo horizonte descortina-se aos interessados e estudantes, novas fontes de contínuos estudos, servindo às gerações futuras.

Submeto-me efetivamente à avaliação e críticas, antecipando desculpas por possíveis falhas e contradições cometidas.

Com a publicação desse trabalho, o cidadão caldeirãograndense enriquece a sua existência à medida que passa a ter conhecimento dos fatos, acontecimentos, personagens do passado que edificaram a sua história, e sem dúvida, contribuirão com novas informações, que possibilitem referencial de fortalecimento na construção da nossa cidadania.

MARINALVA BEZERRA SANTANA:
DADOS BIOGRÁFICOS




Marinalva Bezerra Santana (foto), baiana, natural de Senhor do Bonfim, nascida em 22/10/1946, professora, filha de Paulo José de Santana e de Maria Isabel Bezerra de Santana. Aos 02 anos de idade passou a viver em Caldeirão Grande com seus avós maternos e tias. Criada e educada por sua Tia Zinha, assim conhecida de todos. Com eles teve uma infância feliz e tranquila, em contato com as coisas simples... A natureza a paisagem local, as pessoas e, nesse pequeno espaço, naquela época, apenas um povoado, frequentou a primeira escola, fazendo o curso primário. Aprendeu a valorizar as tradições, a religião, a arte. Ainda pequena, gostava de poesias, recitava e criava os seus primeiros versos. Fez o curso de admissão e o ginasial no Colégio das Sacramentinas de Senhor do Bonfim, concluindo o curso de Magistério em 1967, no Centro Educacional Alfredo Dutra, em Itapetinga-Bahia, onde experimentou o teatro, a novela, atuando na primeira novela levada ao ar na emissora de rádio daquela cidade. 

Assumiu o Magistério Público durante 38 anos, na regência de classe, como diretora, vice-diretora e Coordenadora Estadual de Educação. Trabalhando com crianças, jovens e adultos e na habilitação dos professores leigos, quando Técnica do Órgão Municipal da Educação. Participou da organização das Comunidades, nas conquistas do homem do campo pela posse da terra e criação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caldeirão Grande. Atuou na Pastoral de Jovens e Adultos em sua comunidade religiosa, nas festas tradicionais e comemorações do município. Conviveu com as pessoas da Terceira Idade, através do Projeto Conviver por dez anos aproximadamente, promovendo atividades de lazer, de integração à comunidade, de trabalhos artesanais e na valorização das tradições e costumes locais. Assumiu a Secretaria Municipal de Educação do município de Caldeirão Grande, de junho de 1997 a setembro de 2004. Ao longo do tempo, tem escrito poesias, contos populares e religiosos, resgatando a história da região, dos antepassados, do lugar onde vive, de tudo que ama e respira; onde também nasceram seus netos. É o que retrata o livro de poesias publicado em 1999, “VIDA, PERFIL E TERRA”, “MEMÓRIAS”, publicado em 2010; "NOVAS POESIAS", publicado em 2015: "CARTILHA DO LICURI", publicado em 2016. 

Encontram-se em conclusão os seguintes trabalhos literários: O SENHOR ME FALA – Poesias; BORBOLETAS – Poesias e "MEMÓRIAS DA BOCA DO POVO".

Atualmente, faz parte do “Dicionário de Autores Baianos” publicado pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia.


CALDEIRÃO GRANDE-BA: 
AOS 55 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Marinalva Bezerra Santana
12\04\2017

A antiga mata de cerrado e caatinga, povoado de licurizeiros, primitivamente pertencia aos domínios das tribos indígenas Paiaiás, até a sua completa extinção pelos exploradores em busca de riquezas.

O povoamento iniciou por compras de terras desde 1895 do latifúndio denominado Boqueirão de propriedade do coronel Porfírio Ferreira, como extensão territorial do município de Jacobina.

O extenso foral de terras, foi comprado inicialmente pelas famílias BEZERRA , ALVES e CORREIA, seguido da família GUIRRA e outros.

Consta na história que, na época, o senhor NORBERTO DIAS BEZERRA, e sua esposa Maria Isabel Dias Bezerra vieram de Jaguarari para a fazenda Boqueirão com seus 12 filhos ainda crianças.

MANOEL ALVES BRASILEIRO, que era descendente de italianos, casado com dona Damásia Alves Brasileiro vieram do povoado de Caldeirão do Mulato (Antônio Gonçalves - BA).


LUIZ CORREIA da SILVA, o terceiro comprador das terras, casou-se com Dona Constantina Dias Bezerra, irmã de Norberto Dia Bezerra, também vindos de Jaguarari.



Em 1909, casa-se o primeiro filho de Norberto Dias Bezerra, Pedro Dias Bezerra, (conhecido Piroca) com a filha mais velha de Manoel Alves Brasileiro, Avelina Alves Brasileiro.

Na última década do século XIX, o novo proprietário, JOSÉ GUIRRA, natural de Itinga, atual município de Antônio Gonçalves, casado com Dona Ermelina Rosa da Anunciação, veio para essas terras, trazendo seus 10 filhos, com a compra da Fazenda Novilhas ao citado Coronel.

Pessoas de diferentes localidades vieram, por exemplo, de Queimadas, Jaguarari, Campo Formoso, Jacobina, Senhor do Bonfim e dos estados de Pernambuco, Ceará, pelos agravos das estiagens no Nordeste; outros fugitivos do trabalho escravo da lavoura no Recôncavo Baiano, outros filhos de escravos alforriados, vieram também do Tiririca ("Tiririca dos Negrinhos"), município de Queimadas, originando a Comunidade remanescente do Quilombo da Raposa, muitos explorando as matas com a extração das madeiras existentes. Tendo como elementos formadores da população as Famílias Bezerra, Alves, Brasileiro, Correia e Guirra, portugueses e italianos, o branco, índio, caboclo, negro. População esta constituída na maioria mestiça, fruto da miscigenação.

Em 1914, o vilarejo de Caldeirão Grande é desmembrado de Jacobina pela Lei Estadual nº 1024, de 06\07\1914, sendo anexado ao município de Saúde, recém-criado.

Os antigos proprietários das terras, fixaram residência no Caldeirão Grande, conhecido e aí constituíram os primeiros núcleos de moradia. Dedicaram-se ao plantio e a criação de animais e atividades da caça e da pesca. Utilizavam da água dos tanques e cacimbas e do caldeirão grande de pedras para beber. Concentraram-se no alto da lagoa, atual Rua Tiradentes, tendo como referência a Capelinha de Santa Rita (ainda existe as ruinas), Outros moradores na Rua da Matriz, onde existia um Cruzeiro e ao seu redor sepultava os mortos e a Capela que originou a Igreja Matriz de Caldeirão Grande. Algumas famílias no Largo Antônio Luiz, onde era realizado o comércio dos produtos da região pelos tropeiros que levavam do lugarejo o licuri, farinha, feijão, mamona, sisal, galinhas, ovos, rapadura e traziam o azeite, querosene, óleo, açúcar, tecidos, velas e condimentos. A feira sempre foi destaque na região. A primeira aconteceu na Praça Velha, atual Rua Euzébio Bezerra, passando para Rua da Matriz, onde surgiu a primeira loja, padaria e farmácia. Sempre na Segunda Feira ficou conhecida por ser também dia de missa na Igreja Matriz. Em 1950 a feira livre passa para a Praça do Comércio, atual Praça Edgard Pereira, onde concentrou-se a maioria das casas comerciais.

Em 1946, por resolução legislativa tentou-se a mudança do topônimo Caldeirão Grande para Itaguaçú (ita=pedra,guaçú=grande), não prevalecendo, mantendo a denominação antiga de Caldeirão Grande, cuja origem está na existência de grandes depressões nos terrenos, de formações rochosas, tipo bacias lajeadas afuniladas e impermeáveis (caldeirões de pedras), formando espelhos d’água que, agregando-se popularmente o termo “grande”, ficou o lugar denominado de Caldeirão Grande.

Pela Lei Estadual  nº 628 de 30\12\1953, da Criação dos Municípios, o próspero povoado foi elevado a condição de vila e continuou pertencendo a Saúde, abrangendo os limites territoriais dos povoados de São Miguel, Baraúnas, Barracas, Ponto Novo e Vila Cardoso    (Quilômetro 30) de acordo o D.T.A. do Estado da Bahia, vigorante de 1954/58.


EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE CALDEIRÃO GRANDE

Nesses últimos anos foi-se despertando o desejo de libertação. A emancipação de Caldeirão Grande tornou-se o principal objetivo dos caldeirãograndenses, unindo-se todos na luta pelo grande ideal político, destacando-se as lideranças por coragem e perseverança: 


PEDRO DIAS BEZERRA, 
NELSON SANTANA, 
MANOEL ENEDINO GAMA, 
PEDRO BEZERRA FILHO, 
CÂNDIDO GUIRRA, 
JOSÉ CARLOS DIAS BEZERRA, ALTAMIRANDA MAIA, 
JOSÉ EUSTÁQUIO RESENDE, 
JOAQUIM GAMA, 
OSÉ FRANCISCO OLIVEIRA, 
QUINTINO MATOS, 
QUINTINO PEREIRA, 
JOSÉ PIRES, 
ADEMIR FERREIRA, entre outros.

Homens e mulheres contribuíram e foram muitas as barreiras que tiveram de enfrentar. A Criação da Emenda do Deputado JOÃO CARLOS TOURINHO, deu direitos legais à Emancipação e no ano de 1961, vencendo grande pressões políticas, realizou-se o Plebiscito entre os habitantes de Caldeirão Grande, obtendo resultados unânimes em favor da Emancipação desse Município. Era então Governador do Estado, Juraci Montenegro Magalhães, e pela Lei Estadual nº 1689, de 25 de Abril de 1962, com publicação no Diário Oficial de 27 de Abril de 1962, a Vila de Caldeirão Grande, foi elevada a condição de cidade e criado o Município, desmembrando-se do município de Saúde,

Com a Lei nº 4.837 de 24/02/1989 o distrito de Ponto Novo emancipa-se, e é anexado a este, o povoado de Barracas.

Caldeirão Grande ficou constituído do distrito (sede) abrangendo os povoados de São Miguel, Baraúnas e Vila Cardoso.

ASPÉCTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS E  CULTURA.

O município de Caldeirão Grande, com área territorial de 454.944 Km², e população de 13.555 habitantes, integra o Piemonte Norte do Itapicuru, localiza-se na Região Nordeste do Brasil, no Centro-Norte Baiano, Zona Fisiográfica de Senhor do Bonfim, em região semiárida, enquadrado no Polígono das Secas, com clima quente e seco, tendo estiagens prolongadas, predominando a vegetação de Caatinga e Cerrado, possuindo muitas lagoas e açudes. Com relevo de piemontês, vertentes e esplanadas, cristais e barras residuais, areia e substrato cristalino. Existe a Serra das Barracas, Serra do Imbé, Morro dos Cachorros, Morro da Serraria, Morro da Traíra. 

A 322 km de Salvador, com os seguintes limites: Ao Norte: Ponto Novo; ao Sul: Caem; ao Leste: Ponto Novo e Oeste: Saúde . A Educação é considerada elemento base do processo do País e consequentemente do Município, abrangendo a Educação  Básica - Infantil, Fundamental e Médio. A economia do município concentra-se na agricultura e pecuária. Caldeirão Grande é um dos maiores produtores de licuri, com produção de aproximadamente 500.000 kg anuais de seus 16 milhões e 500 mil palmeiras de licuri, por isso denominado Terra do Licuri, porque possui da natureza este presente, o licurizeiro, uma das principais palmeiras da região semiárida do Brasil de onde é nativo, reforçando a importância do licuri na economia das famílias da Caatinga.

A cultura é expressa nas artes da literatura dos poetas, pintores, grupos de teatro, danças, música, artesanato, esporte, folclore local e manifestações populares, dentre as quais citamos as cavalgadas, festas de argolinha, sapateado, samba de roda, batalhões, reisado, quadrilhas, banda de pífano, romarias, devoções aos santos etc. O  caldeirãograndense  é  hospitaleiro e várias são as comemorações e festas em todo o município, destacando-se as festas religiosas tradicionais, atraindo pessoas da região:

  • Festa da Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em 27 de Julho;
  • Festa de Nossa Senhora de Fátima em São Miguel em 13 de Outubro.
  • Tradicional São Pedro da Rua 25 de abril
  • A tradicional Festa do Aniversário da Cidade em 25 de abril.

CALDEIRÃO GRANDE EM CANTOS E VERSOS


HINO DE CALDEIRÃO GRANDE

Letra e música da Profª Eliane Maria Nascimento Bezerra

Caldeirão Grande, cidade querida,
És minha terra, és meu amor,
És o recanto da grande Bahia,
Nele o teu povo é esperança é labor.

Caldeirão Grande,grande no nome,
Já é prenúncio de um futuro promissor,
O teu povo nele crê e nele espera
E sacrifício ao teu amor diz eu não meço
Pois nosso lema é - União, Paz e Progresso (bis.)

O 25 de Abril é uma glória,
Por teu amor nós soubemos conquistar,
Ó minha terra chão do Brasil querido,
A trilha áurea do progresso seguirá.

Caldeirão Grande, grande no nome,
Já é prenúncio de um futuro promissor,
O teu povo nele crê e nele espera
E sacrifício ao teu amor, diz eu não meço
Pois nosso lema é – União, Paz e Progresso (bis).

CALDEIRÃO GRANDE I
Marinalva Bezerra Santana

A antiga mata de cerrado e caatinga,
Povoado de licurizeiros verdejantes,
Debaixo do infinito céu,
Guardava o Caldeirão Grande,
Junto da lagoa prateada,
Ao lado do sol nascente.

A remota Fazenda Boqueirão,
Nesse pequeno chão baiano,
No sopé da Diamantina,
Dormia por muitos anos!

Seus habitantes primitivos,
Os indígenas Paiaiás,
Pela corrida do ouro,
Foram completamente extintos!

O extenso foral de terras,
Propriedade de um Senhor Coronel, Pertencente a Jacobina,
Comprado por algumas famílias,
Passando nela a morar!
No Caldeirão Grande, conhecido, Dos umbuzeiros e do maracujá,
Foram surgindo as primeiras casas,
A primeira capela erguida,
E a pequena feira do povoado!

A feira ficou conhecida,
Em todos os arredores
Por ser também dia de missa,
Tocava o sino na capela,
Era muito especial!
Enquanto os tropeiros chegavam,
Carregados de produtos,
Óleo, querosene, açúcar e cereais!

No Caldeirão Grande, chamado,
Onde iam buscar água clara,
No branco lajedo existente,
Caldeirão Grande, Terra do licuri,
Dos caldeirãograndenses!
No Piemonte Norte do Itapicuru,
Está situado o município!

Crescendo o povoado,
Tornou-se a próspera vila,
Pertencente a Saúde.
E o plebiscito favorável,
Deu a emancipação política,
Criando o município em 25 de Abril!
A nossa magna e feliz data,
O ANIVERSÁRIO DA CIDADE!

PELO TEU ANIVERSÁRIO
Marinalva Bezerra Santana

Na alegria dessa data,
Com grande amor eu quisera,
Derramar uma chuva de flores,
Sobre a nossa querida Terra!

Juntar-me aos passarinhos que voam,
Nesse céu azul sem igual,
Entoar a canção mais bonita,
Pelo teu aniversário!

Caldeirão Grande de face adulta,
Esperança de um futuro venturoso,
Comemora em 25 de Abril,
A memória viva desse povo!

Parabéns Caldeirão grande,
A Terra de nossos pais,
Onde nascemos e crescemos
E nos inspira os grandes ideais!

TERRA DO LICURI
Marinalva Bezerra Santana

Debaixo desse céu de anil,
Entre vales e serras do sertão,
Balançam as palhas altaneiras,
Longas, belas, verdejantes,
Em perene saudação
Aos caldeirãograndenses!
Os altivos licurizeiros,
De seus doirados cachos,
Pendem os coquinhos amarelos,
Que caídos ao chão, maduros,
Saboreiam os animais,
Do gostoso e suculento mel!

Pérola do semiárido baiano,
É subsistência de muitos,
Nasce, floresce e dá frutos,
Na terra seca, poeirenta,
De Novembro ao mês de abril,
E se colhe o ano inteiro!

Onde a Arara-azul-de-lear, alça voo,
Vem cortar o licuri com o bico,
Retirar-lhe os bagos,
E se alimentar!

Na Terra do Licuri,
Quando a chuva cai,
A vida na mata brota...
Renasce toda verde e florida,

As pranteadas palmas,
Sempre inclinadas,
Vivem a clamar a todos os ventos,
Pela defesa e proteção
Do meio ambiente!

Ô Ô LICURIZEIRO
Marinalva Bezerra Santana

Sai a tua caça,
Aos primeiros raios de sol,
Os desprovidos da sorte,
Cujos filhos, ficaram sós.
E no terreiro da casa,
Os grãos amarelinhos,
Esperando, pra noitinha,
A quebra começar!

Nas calçadas das ruas,
Enfileiradas as pedras,
Cada qual no seu lugar.
Trac, trac, plac!
Pareço ainda escutar:

O licuri não tem preço,
Oi patrão tenha dó,
Bota mais um dinheirinho,
Veja as mãos num calo só!

Ô Ô licurizeiro,
Já é demais o meu penar,
Leve a dor e o meu pranto,
Neste meu triste canto,
Ao Deus da justiça,
No teu balançar!

CALDEIRÃO GRANDE II
Marinalva Bezerra Santana

Pelos 55 anos de Emancipação política de Caldeirão Grande.

Há muitos e muitos anos,
A grande mata existia,
De cerrado e caatinga,
Povoada de licurizeiros,
No Sopé da Diamantina.

Habitaram essas terras,
Os indígenas Paiaiás,
Pela corrida do ouro
E ambição dos fazendeiros,
Foram massacrados e expulsos!

O extenso foral de terras,
Pertencia a Jacobina,
Propriedade de um Senhor Coronel
Comprada por algumas famílias,
Passaram nela a morar!

A antiga Fazenda Boqueirão
Foi a denominação do lugar,
Nesse pequeno chão baiano,
Vindo pessoas de vários lugares.

No Caldeirão Grande, chamado,
Dos umbuzeiros e maracujá,
Foram, surgindo as primeiras casas,
A primeira capela erguida
E a pequena feira do povoado.

Onde se comprava e vendia,
Carnes de criação e de gado,
Farinha de mandioca rapadura e mel,
Cocada de licuri, arroz doce e beiju,
Ovos, banana e bolo de fubá!

A feira ficou conhecida
No povoado e arredores
Por ser também dia de missa,
Tocava o sino na Capela,
Era muito especial!

A gente arrumada, seguia
Pelo Beco do Eucalipto,
Enquanto os tropeiros chegavam,
Carregados de vários produtos,
Óleo, querosene, açúcar e cereais!

Os habitantes do povoado,
Iam buscar água clara,
No Caldeirão Grande, falado,
No branco lajedo existente,
Nasceu o nome do lugar!

Caldeirão Grande,
Das pedras encantadas,
ATerra do Licuri, chamada,
No Piemonte Norte do Itapicuru,
O município é situado!
Cujo povo feliz,
Revive a sua história,
E comemora todo 25 de Abril,
Sua maior data,
O aniversário da cidade!